ARTIGOS

Fluir


Solavancos, correrias, problemas que se arrastam, outros que surpreendem, oh maldito dia a dia!!!

Mas é assim que nossas vidas têm sido, correndo atrás de projetos pessoais cujo significado, na maioria das vezes, inexiste; ocupando a mente com passatempos para que ela não acuse nossas misérias; comendo horrores de calorias para preencher nosso vazio interior.

Passagem de ano? Fim de curso? Novo emprego?

Novos propósitos, todos eles absolutamente despropositados.

Um calmante para dormir, um estimulante para acordar e lá vamos nós novamente girar a roda como um hamster. Mais lenha na fornalha, temos muito o que fazer... Sobe e desce labirinto.

Estamos cansados demais para dar tempo ao hoje, acelerados demais para avaliar metas futuras ou passadas. Estamos sempre a caminho não se sabe de onde, mas estamos "quase lá", não é mesmo???

Nossas crianças precisam aprender já; nossos adolescentes precisam ir para a faculdade imediatamente, no curso que lhes habilitará para a carreira que seguirão por toda a vida; nossos idosos precisam também continuar produtivos, tanto ou mais que os jovens adultos, ou são execrados e banidos da existência social.

Esperem um momento, por que isso tudo!? Por que corremos com tanto empenho? Onde está o hoje nesta sucessão de amanhãs?

O governo, as empresas e as entidades de classe esperam que cumpramos "nossa parte". Como crianças, querem mais, mais, mais e mais...

Mas nem mesmo temos um pacto social de trabalho no Brasil, o que dirá negociado ao custo de nosso hoje, de nossas vidas e das vidas de nossos filhos e netos...

Alheias a este protesto, se acumulam as estatísticas de transtornos de humor, câncer, disfunções gastrointestinais, lesões musculares, dentre muitos outros frutos de um estilo de vida completamente descasado do fluir da natureza que, em sentido mais profundo, chamamos de Dança de Hator.

Ora ora, diz o motorneiro, não gostou do passeio, pule do bonde, mas não vou parar a máquina...

O problema é que no que depender da empresa, o bonde não vai parar nunca, pois à medida que o carro anda o ponto de chegada é afastado.

Como são definidas as metas? Tudo que pudermos e mais um pouco? E para que reproduzimos este modelo sórdido em casa conosco e com nossas crianças? Para nos convencermos de que esta loucura de alguma forma faz sentido!?

Pular do bonde é para poucos. Quem pula sozinho ainda tem uma chance, mas quem vem de mãos dadas a uma família, com certeza encontrará um poste em seu trajeto.

O que nos resta?

Sentar junto à beirada e observar a paisagem, refletindo seus humores tanto quanto as guinadas do motorneiro louco desenfreado nos permita.

Regular nosso passo com o andar das estações e meias estações não constitui segredo bruxo. Basta ler sobre os sabates e pode-se perceber o que seria natural estar sentindo, fazendo ou deixando de fazer no momento. Ciclos lunares, por outro lado, é um tema que, mesmo sendo extensivamente abordado na mídia bruxa em geral, pensei bastante antes de me decidir a trazer ao público externo, afinal a Lua mexe muito violentamente com os humores, portanto, me limitarei a fazer pouco mais do que sugerir que as mulheres regulem seu ciclo menstrual pelo ciclo da Lua.

O ciclo menstrual de uma humana reflete o ciclo da Lua, assim como a luz da Lua parte da escuridão à plenitude e depois retorna à escuridão num total de 28 dias, em igual período a mulher parte da infertilidade menstrual à ovulação e retorna à menstruação.

Para estar em ciclo com a Lua, a mulher deve menstruar na entrada da Lua Nova (quando nenhuma Lua é vista no céu) e, por conseguinte, ovular no plenilúnio (quando a face da Lua voltada para a Terra aparece plenamente iluminada, um disco perfeito).

Por que entrar em ciclo com a Lua?

Eu diria que é porque assim é a Dança da Deusa, porque assim acontece na natureza (por favor, não imaginem que são sinônimos... A Dança da Deusa é algo muito maior do que as fases da Lua ou equinócios e solstícios...), mas cedendo a interesses pragmáticos, já que esta se trata de uma mensagem aberta, enumero algumas vantagens práticas esperadas que, com certeza, serão valorizadas pelas leitoras bruxas e não bruxas.

1) menor tensão pré-menstrual;
2) fluxo menstrual mais fácil (menos obstruído);
3) menos dores e inchaço;
4) maior regularidade do ciclo menstrual.

É um bônus por se "fazer o que se deve"?

Não. É apenas a falta de ônus de caminhar forçosamente contra a corrente.